A informação é do presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, que participou de uma entrevista coletiva promovida pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut), para debater problemas do setor.
Analisando a crise em Teresina, Otávio Cunha destacou que o problema no setor de transporte público ocorre em todo o país. “O setor já vinha atravessando um desequilíbrio econômico nos últimos 20 anos. De 1994 até 2012, a demanda de passageiros caiu 25%; de 2013 a 2019, em seis anos, a demanda caiu 26%; no espaço de 24 anos, o setor perdeu 51% da demanda”, disse.
O presidente da NTU disse que hoje a única forma de financiamento é o passageiro pagante e que esse modelo não se sustenta mais. “Entre março e abril deste ano, na crise da pandemia, a demanda de transporte caiu 80% na média brasileira. O setor convive com prejuízos em torno de R$ 12 bilhões devido à oferta e a demanda”, informou.
Na conversa, Otávio citou o ex-prefeito Firmino Filho, que era vicepresidente da Frente Nacional dos Prefeitos, dizendo que ele sempre estava presente em reuniões discutindo com o governo federal ações para ajuda emergencial ao setor de transporte público, mas que infelizmente não foram aprovadas. “Frustrou o setor, pois é uma situação insustentável. A crise do setor está instalada em todo o país e Teresina hoje deve estar passando pela pior situação dos últimos 20 anos”, completou.
Cunha disse que no início do mês de agosto será encaminhado ao Congresso uma proposta de restruturação completa no transporte público do país, e que se não houver ajuda dos poderes públicos locais as empresas não vão suportar e que a omissão em querer dialogar não pode existir.
“Com 2% do orçamento público é possível bancar 20% do transporte, isso diminuiria o impacto na população”, disse.
O setor de transportes, nos últimos 24 anos, perdeu 51% da demanda em todo o Brasil.